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Data de Publicação: 01/05/2020 às 18:43:41.
Cercado por especialistas, Avancini “monta seu próprio quebra-cabeça” na preparação para Tóquio 2020
Psicóloga do COB, Alessandra Dutra, que trabalha com o ciclista há cinco anos, destaca o autoconhecimento para bom desempenho
Henrique Avancini
Crédito: Rafael Bello/COB
O ciclista Henrique Avancini e a psicóloga Alessandra Dutra, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), têm uma relação muito especial. Numa live no Instagram do Time Brasil, ambos contaram um pouco sobre o trabalho que estão fazendo, falaram sobre a importância da preparação mental para os atletas de alto rendimento e disseram o que se pode fazer para encarar de forma positiva a quarentena por conta da pandemia do novo coronavírus. Durante o descontraído bate-papo, Alessandra aproveitou para destacar um ponto de Avancini que chamou a atenção no trabalho realizado por eles desde 2015: o autoconhecimento.
“É muito importante que o atleta monte o próprio quebra-cabeça. No começo da carreira é um quebra-cabeça de quatro peças e alguém pode te ajudar. Mas quando você avança e passa a ser um quebra-cabeça de mil peças, só você que pode montar. Trabalho cada vez com mais especialistas, mas que tem que saber um pouco das outras áreas, senão fica difícil de trabalhar com uma comissão. Colocar todas as informações juntas e executar é papel primordial do atleta”, disse Avancini.
“Às vezes, os preparadores interdisciplinares acreditam que conhecem o atleta como um todo. Todos são estudiosos, muito preocupados com os atletas em qualquer esfera. Mas é o contrário, o atleta que conhece ele como um todo. O Avancini entende: você me conhece na parte mental, meu preparador físico na parte física, meu treinador na parte técnica, mas só eu me conheço como todo. É na interação que a gente vai conhecendo uns aos outros. Precisamos ter essa humildade de aprender com o atleta”, completou a psicóloga.
O período de quarentena tem sido um desafio para todos os profissionais envolvidos com o esporte. Alessandra falou sobre como tentar usar o tempo livre de maneira positiva e Avancini contou que está aproveitando o período para olhar para outros aspectos da vida.
“Aprendi com a minha carreira esportiva que todos os momentos trazem uma capacidade de evolução. Esportivamente, tenho conseguido crescer muito, buscar mais as minhas falhas e corrigi-las. Tem feito muito bem avaliar outras coisas da vida, o que eu sentia falta quando estava ocupado e que agora eu tenho, e como estou valorizando isso. Tenho uma filosofia de tentar seguir a vida valorizando as coisas boas e administrando as ruins”, disse o ciclista.
“Um atleta de mente campeã vai entender que o melhor treinamento dele está sendo agora, com as exigências de hoje. Quando a gente consegue treinar com uma mente ideal dentro daquilo que é possível, a gente vai estar bem treinado. Quando estamos com essa segurança de estar fazendo o máximo que podemos, podemos encarar de uma maneira positiva, com uma autoconfiança para ser trabalhada, sem ansiedade”, completou Alessandra.
O atleta de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, conquistou a terceira colocação geral na Copa do Mundo do ano passado e terminou 2019 na segunda colocação no ranking mundial. Apesar de ainda não estar oficialmente classificado para Tóquio 2020, o trabalho segue sendo desenvolvido com o objetivo de um bom resultado nos Jogos Olímpicos. Alessandra e Avancini estiveram juntos, inclusive, no evento-teste no Japão para desenvolver um trabalho específico em cada trecho da pista. Uma das provas do investimento contínuo do atleta na preparação mental.
“Quando falo de preparação mental, todo mundo acha que fico no divã ou fazendo testes com eletrodos pelo corpo. Mas é muito mais trabalhar as possibilidades cognitivas. Lógico que conversamos muito, trocamos muito sobre várias coisas, mas a maior parte do nosso trabalho é a criatividade empregada pela Alessandra na minha modalidade, com exercícios, coisas práticas de análise, em que se trabalha a mente de forma indireta. É a área que dá para você crescer mais, mas é onde dá para errar mais também. Esse é o grande desafio”.
O tom da relação entre os dois ficou claro quando Avancini contou como foi que o COB o indicou para trabalhar com Alessandra.
“Em 2015, conversando com o pessoal da área de esportes do COB, estava falando muito sobre a modalidade, e, de repente, comecei a viajar um pouco, ir além do esporte. O Bichara (atual diretor de esportes do COB) ficou me olhando fixamente e começou a balançar a cabeça. Depois que terminei, ele falou: ‘vou te colocar em contato com uma pessoa e acho que vai rolar uma química’. Nos conhecemos e nos demos super bem desde o primeiro contato porque o jeito de pensar não é tão no protocolo. Depois que fui saber que todo atleta que aparece com um perfil razoavelmente diferente vai trabalhar com a Alê”, brincou o atleta.
Fonte: COB
“É muito importante que o atleta monte o próprio quebra-cabeça. No começo da carreira é um quebra-cabeça de quatro peças e alguém pode te ajudar. Mas quando você avança e passa a ser um quebra-cabeça de mil peças, só você que pode montar. Trabalho cada vez com mais especialistas, mas que tem que saber um pouco das outras áreas, senão fica difícil de trabalhar com uma comissão. Colocar todas as informações juntas e executar é papel primordial do atleta”, disse Avancini.
“Às vezes, os preparadores interdisciplinares acreditam que conhecem o atleta como um todo. Todos são estudiosos, muito preocupados com os atletas em qualquer esfera. Mas é o contrário, o atleta que conhece ele como um todo. O Avancini entende: você me conhece na parte mental, meu preparador físico na parte física, meu treinador na parte técnica, mas só eu me conheço como todo. É na interação que a gente vai conhecendo uns aos outros. Precisamos ter essa humildade de aprender com o atleta”, completou a psicóloga.
O período de quarentena tem sido um desafio para todos os profissionais envolvidos com o esporte. Alessandra falou sobre como tentar usar o tempo livre de maneira positiva e Avancini contou que está aproveitando o período para olhar para outros aspectos da vida.
“Aprendi com a minha carreira esportiva que todos os momentos trazem uma capacidade de evolução. Esportivamente, tenho conseguido crescer muito, buscar mais as minhas falhas e corrigi-las. Tem feito muito bem avaliar outras coisas da vida, o que eu sentia falta quando estava ocupado e que agora eu tenho, e como estou valorizando isso. Tenho uma filosofia de tentar seguir a vida valorizando as coisas boas e administrando as ruins”, disse o ciclista.
“Um atleta de mente campeã vai entender que o melhor treinamento dele está sendo agora, com as exigências de hoje. Quando a gente consegue treinar com uma mente ideal dentro daquilo que é possível, a gente vai estar bem treinado. Quando estamos com essa segurança de estar fazendo o máximo que podemos, podemos encarar de uma maneira positiva, com uma autoconfiança para ser trabalhada, sem ansiedade”, completou Alessandra.
O atleta de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, conquistou a terceira colocação geral na Copa do Mundo do ano passado e terminou 2019 na segunda colocação no ranking mundial. Apesar de ainda não estar oficialmente classificado para Tóquio 2020, o trabalho segue sendo desenvolvido com o objetivo de um bom resultado nos Jogos Olímpicos. Alessandra e Avancini estiveram juntos, inclusive, no evento-teste no Japão para desenvolver um trabalho específico em cada trecho da pista. Uma das provas do investimento contínuo do atleta na preparação mental.
“Quando falo de preparação mental, todo mundo acha que fico no divã ou fazendo testes com eletrodos pelo corpo. Mas é muito mais trabalhar as possibilidades cognitivas. Lógico que conversamos muito, trocamos muito sobre várias coisas, mas a maior parte do nosso trabalho é a criatividade empregada pela Alessandra na minha modalidade, com exercícios, coisas práticas de análise, em que se trabalha a mente de forma indireta. É a área que dá para você crescer mais, mas é onde dá para errar mais também. Esse é o grande desafio”.
O tom da relação entre os dois ficou claro quando Avancini contou como foi que o COB o indicou para trabalhar com Alessandra.
“Em 2015, conversando com o pessoal da área de esportes do COB, estava falando muito sobre a modalidade, e, de repente, comecei a viajar um pouco, ir além do esporte. O Bichara (atual diretor de esportes do COB) ficou me olhando fixamente e começou a balançar a cabeça. Depois que terminei, ele falou: ‘vou te colocar em contato com uma pessoa e acho que vai rolar uma química’. Nos conhecemos e nos demos super bem desde o primeiro contato porque o jeito de pensar não é tão no protocolo. Depois que fui saber que todo atleta que aparece com um perfil razoavelmente diferente vai trabalhar com a Alê”, brincou o atleta.
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