NOTÍCIAS - PARACICLISMO
Data de Publicação: 22/03/2024 às 21:31:21.
Grã-Bretanha dispara na liderança do quadro de medalhas no terceiro dia do Mundial de Paraciclismo de Pista no Rio
Multicampeões Neil Fachie e Emily Petricola defendem e mantêm os títulos do contrarrelógio da Tandem masculina e da perseguição individual da Classe C4 feminina
Mundial de Paraciclismo de Pista 2024
Crédito: Marco Antonio Teixeira/CBC
Neste terceiro dia de Mundial de Paraciclismo de Pista 2024, seis categorias conheceram seus campeões no Velódromo do Rio, e os britânicos aumentaram a vantagem sobre o segundo colocado no quadro de medalhas. A Grã-Bretanha tem agora 12 (seis ouros e seis pratas) e é seguida pela China em segundo, com 7 (cinco ouros, uma prata e um bronze), e pela França em terceiro, com 8 (quatro ouros, três pratas e um bronze). O padrão da União Ciclística Internacional considera o número de ouros, e não o total, para estabelecer o ranking. O Brasil ocupa a nona colocação com duas pratas.
Com mais uma dobradinha britânica, o pódio de contrarrelógio da Tandem ajuda a explicar esse desempenho. Ele se repetiu na mesma ordem pela terceira edição consecutiva, com os compatriotas Neil Fachie e James Ball conquistando, respectivamente, o ouro e a prata e, o alemão Thomas Ulbricht, o bronze. Fachie conquistou o ouro da prova pela sexta vez consecutiva, incluindo o Mundial do Rio em 2018, e em outras quatro ocasiões. O agora decacampeão mundial é ainda o atual campeão paralímpico e o recordista mundial na disputa. Mesmo assim, ele não se dá por satisfeito e confessa que, recentemente, ganhou uma nova motivação: inspirar seu filho de apenas um ano e quatro meses, que o acompanha no Rio.
“Essa medalha significa demais para nós dois [ele e o piloto, Matthew Rotherham]. Tivemos um ano muito difícil em que não estivemos no nosso auge por diferentes razões, e acho que só queríamos vir aqui e mostrar que somos capazes. Para mim, pessoalmente, o que me motivou foi saber que meu filho está aqui me assistindo. Ele é muito novo, e minha principal motivação para pedalar desde que soube da gravidez tem sido provar para ele que você pode conquistar o que quiser. Mas estou muito orgulhoso por nós dois, porque esse ano foi muito desafiador e conseguir a vitória significa muito para nós”, disse.
Fachie e Rotherham exaltaram a parceria com James Ball e Steffan Lloyd. Nos últimos seis títulos mundiais da dupla, Ball e Lloyd ocuparam o segundo lugar mais alto do pódio em cinco. Para os campeões, o convívio faz com que todos estejam sempre se esforçando ao máximo para pedalar cada vez melhor.
“A rivalidade é diária, nós treinamos juntos. É bom estar no pódio com eles, é ótimo que estejamos indo tão bem, mas nós competimos uns contra os outros todo dia. É quase cansativo, porque, se você está tendo um dia mais tranquilo, você olha para o seu amigo e o vê treinando pesado e sabe que tem que fazer isso também. Mas é bom para que continuemos nos pressionando a fazer nosso melhor, e acho que não conseguiríamos de outra forma”, avaliou Fachie. Rotherham fez coro ao parceiro:
“Temos muita sorte de termos as duas melhores equipes do mundo, isso de alguma forma até facilita os treinos, porque temos que pressionar uns aos outros. Estou animado para o que nos espera no futuro. Espero que continuemos treinando juntos, que mantenhamos essa rivalidade e que possamos utilizar isso nos próximos meses para a próxima competição”, disse.
Outra atleta que conseguiu confirmar o favoritismo e estender sua dinastia foi a australiana Emily Petricola, campeã da perseguição individual na Classe C4 pela quinta vez consecutiva. Ela é também a atual campeã paralímpica e a recordista mundial na disciplina. Todas essas marcas, porém, não significam que a vitória já estava garantida. Na verdade, devido a um acidente há pouco mais de um mês, Petricola quase ficou de fora do Mundial do Rio.
"Tive um acidente no treino há cerca de cinco semanas em que fui atropelada por um carro, acabei tendo uma concussão e não sabia se poderia vir ou como iria performar. Eu me sinto muito grata de estar aqui e de ganhar uma jersey de arco-íris [camisa dada aos campeões] de novo. Cada uma dessas conquistas é uma dádiva, você tem que se sentir muito agradecido. Estou muito feliz por minha equipe, por ter conseguido isso para nós, eles lutaram muito para que eu estivesse aqui hoje e isso me deixa muito orgulhosa", comemorou.
Petricola tem grandes chances de ir a Paris e, mais uma vez, chegar em um dos principais torneios da modalidade defendendo o título da perseguição individual, exatamente como fez - e obteve sucesso - no Mundial do Rio. Para lidar com o favoritismo e pressão, ela direciona o foco para retribuir os esforços de quem a apoia dentro e fora das pistas.
"Isso é interessante porque, por alguma razão, todo mundo acha que as coisas são mais fáceis para mim. É exatamente igual para mim como é para todas as outras atletas, às vezes até mais difícil, porque você sabe que todo mundo está tentando te alcançar. É difícil se manter no topo; na verdade, é mais fácil chegar lá do que se manter. Há muita pressão, mas tudo que posso fazer é dar o meu melhor. Tenho pessoas muito boas me apoiando e eles são tudo que importa. Tudo que me interessa é deixá-las orgulhosas e dar-lhes a certeza de que estou honrando o trabalho que dedicam a mim. Espero continuar fazendo isso... meu objetivo é ir a Paris defender meu título, tomara que eu consiga. Veremos", concluiu.
Confira os medalhistas ao fim do terceiro dia:
Disputas do dia 3 (22/03):
Classe C5 masculina - 200m Flying Start (Omnium)
Top 3: Jaturong Niwanti (THA), Blaine Hunt (GBR) e Niels Verschaeren (BEL)
Brasileiros: Lauro Chaman (7º) e Pablo Henrick Voigt Santos (16º)
Classe C1 feminina - 200m Flying Start (Omnium)
Resultado: Wangwei Qian (CHN) e Katie Toft (GBR)
Classe C2 feminina - 200m Flying Start (Omnium)
Top 3: Flurina Rigling (SUI), Daphne Schraeger (GBR) e Sabrina Custódio da Silva (BRA)
Brasileiras: Victoria Maria de Camargo e Barbosa (7º)
Tandem masculina - Contrarrelógio (1 km)
Medalhistas: Grã-Bretanha (Neil Fachie/Matthew Rotherham), Grã-Bretanha (James Ball/Steffan Lloyd) e Alemanha (Thomas Ulbricht/Robert Föstermann)
Brasileiros: Luciano da Rosa/Daniel Henrique Gruer de Brito (17º) e Bruno Bonfim dos Anjos/José Eriberto Medeiros Rodrigues Filho (21º)
Classe C4 masculina - Scratch (15 km)
Medalhistas: Kevin Le Cunff (FRA), Gatien Le Rousseau (FRA) e Bryan Larsen (USA)
Brasileiros: André Luiz Grizante (8º)
Classe C3 masculina - Perseguição individual (4 km)
Medalhistas: Jaco Van Gass (GBR), Finlay Graham (GBR) e Devon Briggs (NZL)
Brasileiros: Eduardo Carvalho Hipólito de Araújo (14º)
Classe C5 feminina - Perseguição individual (4 km)
Medalhistas: Heidi Gaugain (FRA), Nicole Murray (NZL) e Claudia Cretti (ITA)
Brasileiros: Fabiana Ventura de Assis (11º) e Telma Aparecida Alves Bueno (12º)
Classe C4 feminina - Perseguição individual (4 km)
Medalhistas: Emily Petricola (AUS), Samantha Bosco (USA) e Keely Shaw (CAN)
Classe C3 feminina - Perseguição individual (4 km)
Medalhistas: Xiaomei Wang (CHN), Keiko Sugiura (JPN) e Aniek Van Der Aarssen (NED)
Brasileiras: Amanda Antunes de Paiva (8º)
Com mais uma dobradinha britânica, o pódio de contrarrelógio da Tandem ajuda a explicar esse desempenho. Ele se repetiu na mesma ordem pela terceira edição consecutiva, com os compatriotas Neil Fachie e James Ball conquistando, respectivamente, o ouro e a prata e, o alemão Thomas Ulbricht, o bronze. Fachie conquistou o ouro da prova pela sexta vez consecutiva, incluindo o Mundial do Rio em 2018, e em outras quatro ocasiões. O agora decacampeão mundial é ainda o atual campeão paralímpico e o recordista mundial na disputa. Mesmo assim, ele não se dá por satisfeito e confessa que, recentemente, ganhou uma nova motivação: inspirar seu filho de apenas um ano e quatro meses, que o acompanha no Rio.
“Essa medalha significa demais para nós dois [ele e o piloto, Matthew Rotherham]. Tivemos um ano muito difícil em que não estivemos no nosso auge por diferentes razões, e acho que só queríamos vir aqui e mostrar que somos capazes. Para mim, pessoalmente, o que me motivou foi saber que meu filho está aqui me assistindo. Ele é muito novo, e minha principal motivação para pedalar desde que soube da gravidez tem sido provar para ele que você pode conquistar o que quiser. Mas estou muito orgulhoso por nós dois, porque esse ano foi muito desafiador e conseguir a vitória significa muito para nós”, disse.
Fachie e Rotherham exaltaram a parceria com James Ball e Steffan Lloyd. Nos últimos seis títulos mundiais da dupla, Ball e Lloyd ocuparam o segundo lugar mais alto do pódio em cinco. Para os campeões, o convívio faz com que todos estejam sempre se esforçando ao máximo para pedalar cada vez melhor.
“A rivalidade é diária, nós treinamos juntos. É bom estar no pódio com eles, é ótimo que estejamos indo tão bem, mas nós competimos uns contra os outros todo dia. É quase cansativo, porque, se você está tendo um dia mais tranquilo, você olha para o seu amigo e o vê treinando pesado e sabe que tem que fazer isso também. Mas é bom para que continuemos nos pressionando a fazer nosso melhor, e acho que não conseguiríamos de outra forma”, avaliou Fachie. Rotherham fez coro ao parceiro:
“Temos muita sorte de termos as duas melhores equipes do mundo, isso de alguma forma até facilita os treinos, porque temos que pressionar uns aos outros. Estou animado para o que nos espera no futuro. Espero que continuemos treinando juntos, que mantenhamos essa rivalidade e que possamos utilizar isso nos próximos meses para a próxima competição”, disse.
Outra atleta que conseguiu confirmar o favoritismo e estender sua dinastia foi a australiana Emily Petricola, campeã da perseguição individual na Classe C4 pela quinta vez consecutiva. Ela é também a atual campeã paralímpica e a recordista mundial na disciplina. Todas essas marcas, porém, não significam que a vitória já estava garantida. Na verdade, devido a um acidente há pouco mais de um mês, Petricola quase ficou de fora do Mundial do Rio.
"Tive um acidente no treino há cerca de cinco semanas em que fui atropelada por um carro, acabei tendo uma concussão e não sabia se poderia vir ou como iria performar. Eu me sinto muito grata de estar aqui e de ganhar uma jersey de arco-íris [camisa dada aos campeões] de novo. Cada uma dessas conquistas é uma dádiva, você tem que se sentir muito agradecido. Estou muito feliz por minha equipe, por ter conseguido isso para nós, eles lutaram muito para que eu estivesse aqui hoje e isso me deixa muito orgulhosa", comemorou.
Petricola tem grandes chances de ir a Paris e, mais uma vez, chegar em um dos principais torneios da modalidade defendendo o título da perseguição individual, exatamente como fez - e obteve sucesso - no Mundial do Rio. Para lidar com o favoritismo e pressão, ela direciona o foco para retribuir os esforços de quem a apoia dentro e fora das pistas.
"Isso é interessante porque, por alguma razão, todo mundo acha que as coisas são mais fáceis para mim. É exatamente igual para mim como é para todas as outras atletas, às vezes até mais difícil, porque você sabe que todo mundo está tentando te alcançar. É difícil se manter no topo; na verdade, é mais fácil chegar lá do que se manter. Há muita pressão, mas tudo que posso fazer é dar o meu melhor. Tenho pessoas muito boas me apoiando e eles são tudo que importa. Tudo que me interessa é deixá-las orgulhosas e dar-lhes a certeza de que estou honrando o trabalho que dedicam a mim. Espero continuar fazendo isso... meu objetivo é ir a Paris defender meu título, tomara que eu consiga. Veremos", concluiu.
Confira os medalhistas ao fim do terceiro dia:
Disputas do dia 3 (22/03):
Classe C5 masculina - 200m Flying Start (Omnium)
Top 3: Jaturong Niwanti (THA), Blaine Hunt (GBR) e Niels Verschaeren (BEL)
Brasileiros: Lauro Chaman (7º) e Pablo Henrick Voigt Santos (16º)
Classe C1 feminina - 200m Flying Start (Omnium)
Resultado: Wangwei Qian (CHN) e Katie Toft (GBR)
Classe C2 feminina - 200m Flying Start (Omnium)
Top 3: Flurina Rigling (SUI), Daphne Schraeger (GBR) e Sabrina Custódio da Silva (BRA)
Brasileiras: Victoria Maria de Camargo e Barbosa (7º)
Tandem masculina - Contrarrelógio (1 km)
Medalhistas: Grã-Bretanha (Neil Fachie/Matthew Rotherham), Grã-Bretanha (James Ball/Steffan Lloyd) e Alemanha (Thomas Ulbricht/Robert Föstermann)
Brasileiros: Luciano da Rosa/Daniel Henrique Gruer de Brito (17º) e Bruno Bonfim dos Anjos/José Eriberto Medeiros Rodrigues Filho (21º)
Classe C4 masculina - Scratch (15 km)
Medalhistas: Kevin Le Cunff (FRA), Gatien Le Rousseau (FRA) e Bryan Larsen (USA)
Brasileiros: André Luiz Grizante (8º)
Classe C3 masculina - Perseguição individual (4 km)
Medalhistas: Jaco Van Gass (GBR), Finlay Graham (GBR) e Devon Briggs (NZL)
Brasileiros: Eduardo Carvalho Hipólito de Araújo (14º)
Classe C5 feminina - Perseguição individual (4 km)
Medalhistas: Heidi Gaugain (FRA), Nicole Murray (NZL) e Claudia Cretti (ITA)
Brasileiros: Fabiana Ventura de Assis (11º) e Telma Aparecida Alves Bueno (12º)
Classe C4 feminina - Perseguição individual (4 km)
Medalhistas: Emily Petricola (AUS), Samantha Bosco (USA) e Keely Shaw (CAN)
Classe C3 feminina - Perseguição individual (4 km)
Medalhistas: Xiaomei Wang (CHN), Keiko Sugiura (JPN) e Aniek Van Der Aarssen (NED)
Brasileiras: Amanda Antunes de Paiva (8º)
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